terça-feira, 26 de janeiro de 1988

Luz apagada

Quebrar vidraças, sair voando, gritar e ouvir eco no étero. As correntes fortemente atadas aos pés e mãos não deixam.

Antes, ao menos, existiam sonhos, esperanças, força e razão do duro e anônimo "enfrentar o dia seguinte". Antes, ao menos, escrevia como forma de animar o interior. Antes, havia algum prazer em levantar, abrir a porta e sair. Caminhar, às vezes em círculos, mesmo que fosse para esperar o tempo ocioso passar. Caminhar foi a proposta pare este oitenta e oito, tão enrolado quanto seu modo de representar. Mas está difícil.

Está escuro neste cômodo e eu tenho medo. Um interruptor, por favor! Preciso achar um na parede. Tomara que exista parede.

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