sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fila, grill, sola de sapato e fila de novo

Difícil rever e quebrar padrões. São nove dias e ainda estou procurando meu Norte Dietético. Nunca tive horários para comer. Agora, dizem que preciso.
Pois bem, vamos lá.
Almoço entre meio dia e duas da tarde. Isso, aqui no centro de São Paulo significa "fila".
Fila pra rodar o "buffet" do "self service" com alguém bufando no seu cangote. Enquanto espero a pessoa da frente se decidir entre uma rodela de tomate ou um rabanete, fico pensando nos voos circulares dos urubus sobre a carniça.
Prato pronto, já em vias de esfriar, pega-se a fila da pesagem. "O próximo! Vai beber o que? Pode tirar."
Pra sentar não tem fila, tem que ter olhos treinados. Surgiu um lugar, vamos lá! A comida, semi-fria, a fila do caixa que já esbarra na sua mesa, o vizinho saindo "com licença" e a tevê mostrando as últimas bombas caindo em algum lugar do planeta.
Finalizando, a fila do caixa. "Débito ou crédito?" Pronto. Você sabe o que comeu?
Resolvemos, Susie e eu em comprar um tal de grill. Semelhante com o que aparece na tevê, anunciando que "é um produto amigo do seu coração, eliminando a gordura de verdade sem abrir mão do sabor!"
Estaria resolvido o problema: a partir de agora era só fazer um arroz, salada e a carne seria grelhada, fantástica como o que é mostrado nos anúncios sorridentes do saudável povo televisivo.
Nada de filas, nada de faltas súbitas de pratos anunciados como diários.
Dois bifões caprichados foram colocados para uma inauguração festiva e cheia de saúde. O que saiu dali foram duas solas de sapato intragáveis e insossas.

Segunda-feira, de volta às filas e às bombas da tevê.
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